Ambulatório Multidisciplinar Pós-Covid do Hupe completa primeiro ano de atividades, com mais de 34 mil atendimentos

O Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Hupe-Uerj) celebrou, na última segunda-feira (20), o primeiro ano do seu Ambulatório Multidisciplinar Pós-Covid-19, espaço de reinserção social e cuidados para aqueles que enfrentam sequelas da doença. A direção da unidade recebeu autoridades estaduais, junto a coordenadores, profissionais, pesquisadores universitários e pacientes, para um balanço das atividades. O ambulatório, pioneiro na saúde pública fluminense, já realizou mais de 34 mil atendimentos, distribuídos entre as 15 especialidades médicas e também de outras áreas da saúde ofertadas aos usuários. Mais de 100 profissionais estão envolvidos no trabalho.

Muitos dos pacientes atendidos no Ambulatório necessitam até mesmo reaprender movimentos básicos, para retorno às suas rotinas com qualidade de vida. “Neste primeiro ano, foram muitos os desafios, mas também muitas as conquistas. Alguns pacientes chegam em cadeira de rodas e, ao obterem a alta, já estão correndo na esteira. É impressionante, a cada dia, uma vitória. Muita dedicação e engajamento de todos. Temos obtido muito êxito, que somente é possível com o apoio incondicional da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), da Reitoria e unidades da Uerj, da Faperj e demais colaboradores, e com a união e a atuação fundamentais de nossos profissionais. Estamos cumprindo nossa missão junto à sociedade”, afirmou, na abertura da celebração, o professor Ronaldo Damião, diretor geral do Hupe.

O diretor do Hupe, Ronaldo Damião, abriu a celebração
Presença do secretário de Saúde, Alexandre Chieppe

O secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Alexandre Chieppe, também reforçou a importância do comprometimento e dedicação de todo o corpo de saúde do hospital, em prol da população fluminense, sobretudo em um momento tão delicado de crise sanitária. Ele destacou o papel determinante da unidade no enfrentamento à Covid-19, salvando vidas, e agora, no cuidado às sequelas da doença e nas pesquisas que vêm sendo desenvolvidas. “Sem dúvida, um trabalho exemplar e um modelo de excelência”, concluiu o secretário.




Verdadeiro retorno à vida

Gastão de Freitas Filho, 66 anos
Gabriel Queiroz, paciente de 32 anos

Na evolução incerta da Covid-19, os profissionais do Hupe foram percebendo que muitos pacientes negativavam para o vírus, obtinham alta, mas ainda precisavam de uma série de cuidados especiais. Daí a ideia de um espaço que pudesse reunir atenção multidisciplinar para uma recuperação segura e plena. O foco de atuação do Ambulatório está tanto na assistência, como na identificação e coleta de dados para a produção científica.

Ativo e sem comorbidades, Gabriel Monteiro Queiroz, de 32 anos, teve Covid-19 duas vezes. Na segunda, o quadro se agravou. Não chegou a ficar intubado, mas os 44 dias de internação deixaram sequelas importantes: episódios de esquecimento, fadiga e fraqueza muscular. Gabriel ficou alguns meses em tratamento no ambulatório multidisciplinar do Hupe. Já está com alta e reinserido à sua rotina de vida, com novo fôlego e olhar de vida.

“Comparando o dia em que eu comecei o tratamento ao dia em que obtive alta, a diferença é muito grande. Eu uso como exemplo a rampinha que a gente usa para chegar ao ambulatório. No primeiro dia que eu vim, foi muito cansativo subir. Quase não consegui, somente com ajuda. Hoje, já consigo correr “, conta Gabriel, ressaltando que o período de internação e a recuperação fizeram com que ele passasse a encarar a vida de maneira diferente.

Muitas são as histórias ao longo desses meses. Superação, perseverança e gratidão são palavras-chaves em todas. “Cheguei aqui encaminhado pela Clínica da Família. Só tenho a agradecer. Sempre fui visto e tratado como ser humano, desde a pessoa que me colocou a pulseira no braço e passou álcool na minha mão no primeiro dia que estive aqui, até os funcionários que me tratam nos serviços. Os médicos, enfermeiros, profissionais de outras espacialidades, os administrativos, enfim, todos com extremo cuidado e respeito. É visível o meu progresso. Tenho só gratidão”, afirma o paciente Gastão de Freitas Filho, 66 anos.



Referência na América Latina

Há um mês, comissões da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) visitaram o local e consideraram o serviço, que oferece um apoio multidisciplinar envolvendo 15 especialidades (médicas e outras de saúde) “uma referência no controle da pandemia na América Latina”.

É objetivo futuro cruzar os dados e informações científicas advindos das pesquisas que estão sendo realizadas com outras universidades e instituições, nacionais e internacionais. O Ambulatório Multidisciplinar Pós-Covid-19 fica no
Boulevard 28 de Setembro, n° 125, Vila Isabel, Rio de Janeiro, RJ, em um prédio anexo ao Hupe.

Por Coordenadoria de Comunicação Social do Hupe – ComHupe