Pesquisa com participação do Hupe busca voluntários para novo tratamento da perda de olfato e paladar após a Covid-19

Muitas pessoas que tiveram Covid-19 sofreram com um sintoma comum: a perda do olfato e do paladar, especialmente no primeiro ano da pandemia. Em certos casos, mesmo após a cura da doença, há quem tenha levado meses para recuperar os sentidos e ainda aqueles que não se restabeleceram completamente. Em busca de um novo tratamento para esse quadro, o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe/Uerj) está participando de um estudo clínico que reúne instituições de todo o país. O centro é o único do Rio de Janeiro envolvido no trabalho capitaneado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).

“Embora seja um percentual pequeno, existe uma parte da população que desenvolve dois tipos de distúrbios: ficar sem o olfato ou ficar com deturpação do cheiro, que pode ser uma parosmia (sentir um cheiro diferente do que as pessoas no mesmo ambiente estão percebendo) ou uma fantosmia (sentir um cheiro que ninguém está sentindo)”, explica Miguel Tepedino, otorrinolaringologista do Hupe e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Uerj.

De acordo com o médico, a perda de olfato súbita costuma estar ligada a uma infecção viral. “Com a Covid, isso se tornou mais frequente. Então, na primeira fase da pesquisa, nós pegamos os pacientes que apresentavam o problema, fizemos o teste de Connecticut, que avalia a percepção do olfato, e analisamos os testes de PCR para verificar qual vírus de fato estava causando a alteração. A maioria teve uma recuperação praticamente completa do olfato após 30 dias de evolução”, ressalta Tepedino, que é o coordenador local do estudo no estado. A equipe conta também com a participação do otorrinolaringologista Pedro Vianna, que faz parte do programa de fellowship do Hupe.

Chamada de voluntários

Para a segunda etapa, os pesquisadores estão em busca de voluntários que tenham perdido o olfato há três meses e não tenham apresentado melhora após tratamento com corticoide. Os participantes passarão por três consultas nas quais serão avaliados o olfato e a resposta ao tratamento proposto. Todos os custos de medicamento e testes serão cobertos pela pesquisa.

“Nós vamos fazer um teste de olfato, mesmo nos pacientes que já tenham feito, para ver o grau de perda que ele apresenta, e iniciaremos o tratamento com a lavagem nasal com corticoide tópico. Vamos fazer também um treinamento olfatório, que hoje mostra melhor resultado a longo prazo nos pacientes, e funciona tanto para quem perdeu o olfato quanto para quem está com a interpretação errada dos cheiros, ou seja, está sentindo os cheiros que não são do ambiente”, explicou o médico Miguel Tepedino.

Os interessados em participar da pesquisa devem enviar uma mensagem para o WhatsApp (21) 99817-5636.

(Com Coordenadoria de Comunicação Social do Hupe/ComHupe)