Uerj desenvolve aparelho individual portátil para mapear carga do novo coronavírus nos diversos ambientes
O Brasil é um dos países que menos fazem testes para o novo coronavírus. Sem a testagem adequada, fica difícil precisar o número real de casos e as regiões mais afetadas pela pandemia. Para enfrentar esse grande problema de saúde pública, cientistas do Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais (Laramg) do Departamento de Biofísica e Biometria da Uerj desenvolveram um amostrador individual portátil e de baixo custo, para mapear áreas críticas de Covid-19. Batizado de Coronatrack, o aparelho foi inteiramente criado pela equipe da Universidade com o auxílio de impressora 3D.
De acordo com Heitor Evangelista, professor de Biofísica da Uerj e pesquisador do Laramg, a ideia é proporcionar às pessoas a possibilidade de monitorar a carga viral nos locais por onde costumam transitar. “Já vínhamos, há alguns meses, fazendo um mapeamento de áreas com grande circulação, mas percebemos que as pessoas têm dúvidas e medos em relação à sua rua, seu bairro, seu local de trabalho e o deslocamento que fazem no dia a dia. Por isso, desenvolvemos o Coronatrack”, afirma Evangelista.
O equipamento é acondicionado em uma pequena caixa confeccionada em impressora 3D, de baixo custo: segundo o professor, o protótipo completo saiu por cerca de R$ 200,00, enquanto um similar importado custaria R$ 4 mil. O Coronatrack é composto por uma minibomba, entrada e saída de ar, botão liga-desliga, compartimento para bateria e uma placa GPS. Tudo isso ligado a uma mangueira com filtro, onde o vírus é aprisionado. O equipamento é leve e funciona acoplado à roupa do usuário, permitindo monitorar o ambiente por onde ele se desloca. “A vazão de ar no qual esse vírus é capturado é calibrada num sistema portátil digital que temos aqui no laboratório”, explica Evangelista.
O Coronatrack contará ainda com a participação da Policlínica Piquet Carneiro, unidade de saúde da Uerj, onde o Laboratório de Histocompatibilidade e Criopreservação (HLA) será responsável por realizar a análise da substância coletada por meio da testagem RT-PCR.
Conforme Evangelista, a invenção será patenteada e a intenção é conseguir o apoio do poder público ou da iniciativa privada.
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